Argumentação jurídica e correção das decisões judiciais: uma análise À luz da teoria de Neil MacCormick
DOI:
https://doi.org/10.18759/rdgf.v25i3.2059Palabras clave:
Argumentação jurídica, Reprodução assistida, Neil MacCormickResumen
O presente artigo busca demonstrar a utilidade da argumentação jurídica para a análise da correção das deliberações judiciais. Nesta pesquisa, examina-se a decisão proferida pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) no julgamento do caso Artavia Murillo e outros (“fecundação in vitro”) vs. Costa Rica, em que se reconheceu a superioridade do direito fundamental ao planejamento familiar em detrimento da autoridade estatal que negava aos autores a prerrogativa de se submeterem às técnicas de fecundação e a formação do embrião in vitro (FIV). Objetiva-se analisar a decisão mencionada, classificar os argumentos nela desenvolvidos em sistemáticos, linguísticos, teleológicos e/ou deontológicos e avaliar se esses argumentos obedecem aos critérios de correção defendidos por Neil MacCormick. Na conclusão, além da síntese dos argumentos desenvolvidos, apontam-se questões jurídicas e éticas que continuam em aberto demandando regulamentação. O artigo foi desenvolvido por meio de pesquisa bibliográfica e documental, e do emprego do método dedutivo.
Descargas
Citas
ALEXY, Robert. Teoria discursiva do direito. Organização, tradução e estudo introdutório de Alexandre Travessoni Gomes Trivisonno. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2014.
ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Tradução de Virgílio Afonso da Silva. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2015. (Teoria & Direito Público).
ANDORNO, Roberto. Bioética y dignidad de la persona. 2. ed. Madrid: Tecnos, 2012.
ANDRADE, Denise Almeida de. Planejamento familiar: igualdade de gênero e corresponsabilidade. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2017.
ATIENZA, Manuel. Curso de argumentação jurídica. Tradução de Claudia Roesler. Curitiba: Alteridade, 2017. (Coleção Direito, Retórica e Argumentação, 1).
ATIENZA, Manuel. Las razones del derecho: teorías de la argumentación jurídica. Lima: Palestra Editores, 2015. (Derecho & Argumentación, 2).
BRASIL. Câmara dos Deputados. [Projeto de Lei no 1.184, de 2003]. Dispõe sobre a Reprodução Assistida. [Brasília, DF: Câmara dos Deputados], 2003a. Disponível em: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=137589&filename= PL+1184/2003. Acesso em: 29 jun. 2020.
BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei no [2.061, de 2003]. Disciplina o uso de técnicas de Reprodução Humana Assistida como um dos componentes auxiliares no processo de procriação, em serviços de saúde, estabelece penalidades e dá outras providências. [Brasília, DF: Câmara dos Deputados, 2003b]. Disponível em: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=166567&filename= PL+2061/2003. Acesso em: 29 jun. 2020.
BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei no [5.624], de 2005. Cria Programa de Reprodução Assistida no Sistema Único de Saúde e dá outras providências. [Brasília, DF: Câmara dos Deputados], 2005. Disponível em: https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra;jsessionid=8D5430C2D6FE73C70706383A49885B20.proposicoesWebExterno2?codteor=322712&filename=PL+5624/2005. Acesso em: 29 jun. 2020.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2019]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 30 jun. 2020.
BRASIL. Decreto no 678, de 6 de novembro de 1992. Promulga a Convenção Americana sobre Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica), de 22 de novembro de 1969. Brasília, DF: Presidência da República, 1992. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d0678.htm. Acesso em: 30 jun. 2020.
BRASIL. Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm. Acesso em: 30 jun. 2020.
BRASIL. Lei no 11.105, de 24 de março de 2005. Regulamenta os incisos II, IV e V do § 1o do art. 225 da Constituição Federal, estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados [...]. Brasília, DF: Presidência da República, [2007]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11105.htm. Acesso em: 30 jun. 2020.
BRASIL. Senado Federal. Projeto de Lei no 90, de 1999. Dispõe sobre a Reprodução Assistida. [Rio de Janeiro: Projeto Ghente, 1999]. Disponível em: http://www.ghente.org/doc_juridicos/pls90.htm. Acesso em: 29 jun. 2020.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal (Plenário). Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.510/DF. Constitucional. Ação direta de inconstitucionalidade. Lei de Biossegurança. Impugnação em bloco do art. 5o da Lei no 11.105, de 24 de março de 2005 (Lei de Biossegurança). Pesquisas com células-tronco embrionárias. Inexistência de violação do direito à vida [...]. Requerente: Procurador-Geral da República. Requerido: Presidente da República; Congresso Nacional. Interessada: Conectas Direitos Humanos e outros. Relator: Min. Ayres Britto, 29 de maio de 2008. Disponível em: http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=611723. Acesso em: 30 jun. 2020.
CAETANO, João Pedro Junqueira; PEREIRA, Leonardo Matheus Ribeiro; MARINHO, Ricardo Mello; CANÇADO, Marcelo Lopes. Fertilização in Vitro. In: SILVIA, Carlos Henrique Mascarenhas. Manual SOGIMIG de reprodução assistida/ Carlos Hernique Mascarenhas Silva, Sandro Magnavita Sabino, Ines Katerina Damasceno Cavallo Cruzeiro. – 1 ed. – Rio de Janeiro: medbook, 2018, p. 139/143.
CARDIN, Valéria Silva Galdino. Reprodução humana assistida e parentalidade responsável: conflitos e convergências entre os direitos brasileiro e português. Birigui: Boreal, 2015.
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução CFM no 2.294/2021. Adota as normas éticas para a utilização das técnicas de reprodução assistida [...]. Brasília, DF: Portal Médico, 2017. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-cfm-n-2.294-de-27-de-maio-de-2021-325671317. Acesso em: 29 jan. 2022.
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Caso Artavia Murillo e outros (“fecundação in vitro”) vs. Costa Rica: sentença de 28 de novembro de 2012. [São José]: Corte IDH, 2012. Disponível em: http://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_257_por.pdf. Acesso em: 30 jan. 2022.
CRICENTI, Giuseppe. Il sé e l’altro: bioetica del diritto civile. Firenze: ETS, 2013. (Jura: Temi e Problemi del Diritto, 29).
GRAJALES, Amós Arturo; NEGRI, Nicolás Jorge. Sobre la argumentación jurídica y sus teorías. Buenos Aires: Marcial Pons, 2018.
GUSTIN, Miracy Barbosa de Sousa. Das necessidades humanas aos direitos: ensaio de sociologia e filosofia do direito. 2. ed. rev, atual. e ampl. Belo Horizonte: Del Rey, 2009.
HABERMAS, Jürgen. O futuro da natureza humana: a caminho de uma eugenia liberal? Tradução de Karina Jannini. Revisão da tradução de Eurides Avance de Souza. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
LOPES, Ana Maria D’Ávila; LIMA, Martônio Mont’Alverne Barreto. La dignidad humana:
¿principio, regla o artimaña? In: TRINDADE, Antônio Augusto Cançado; LEAL, César Barros (coord.). El respeto a la dignidad de la persona humana. Fortaleza: Instituto Brasileiro de Direitos Humanos, 2015. p. 33-50. (Curso Brasileño Interdisciplinario en Derechos Humanos, 4).
Disponível em: http://ibdh.org.br/wp-content/uploads/2016/10/2015f-book.pdf. Acesso em: 29 jan. 2022.
LORA ALARCÓN, Pietro de Jesús. Patrimônio genético humano e sua proteção na Constituição Federal de 1988. São Paulo: Método, 2004.
MACCORMICK, Neil. Argumentación e interpretación en el derecho. DOXA: Cuadernos de Filosofía del Derecho, [Alicante], n. 33, p. 65-78, 2010. DOI: https://doi.org/10.14198/DOXA2010.33.04. Disponível em: https://doxa.ua.es/article/view/2010-n33-argumentacion-e-interpretacion-en-el-derecho. Acesso em: 22 jan. 2022.
MEIRELLES, Jussara Maria Leal de. A vida humana embrionária e sua proteção jurídica. Rio de Janeiro: Renovar, 2000. (Biblioteca de Teses).
MORAIS, Fausto Santos de; ZOLET, Lucas Augusto da Silva. Argumentação jurídica como processo de justificação das decisões judiciais: um estudo sobre as contribuições teóricas de Neil MacCormick. Quaestio Iuris, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p. 44-62, 2017. DOI: https://doi.org/10.12957/rqi.2017.22711. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/quaestioiuris/article/view/22711. Acesso em: 29 jan. 2022.
PÁDUA, Amélia do Rosário Motta de. Responsabilidade civil na reprodução assistida. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008.
ROMEO CASABONA, Carlos María. El derecho y la bioética ante los límites de la vida
humana. Madrid: Editorial Centro de Estudios Ramón Areces, 1994.
SANTOS, Vanessa Gonçalves Melo. A filiação póstuma decorrente do uso das técnicas de reprodução assistida e suas implicações no âmbito do direito sucessório. 2017. Dissertação (Mestrado em Direito Constitucional nas Relações Privadas) – Universidade de Fortaleza, Fortaleza, 2017. Disponível em: https://uol.unifor.br/oul/conteudosite/F10663420180525090412718448/Dissertacao.pdf. Acesso em: 29 jan. 2022.
SARMENTO, Daniel. Direitos fundamentais e relações privadas. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006.
SCALQUETTE, Ana Cláudia S. Estatuto da reprodução assistida. São Paulo: Saraiva, 2010.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
Proposta de Aviso de Direito Autoral Creative Commons
1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à Revista de Direitos e Garantias Fundamentais o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).