Lembrar para lembrar e para esquecer: um diálogo possível entre Dickens, Freud e Ricoeur

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18759/rdgf.v20i3.1769

Palavras-chave:

Tempo. Memória. Constituição

Resumo

o artigo visar propor um diálogo entre a obra de Dickens e as reflexões de Ricoeur e Freud sobre as representações da temporalidade humana e suas implicações para se pensar o sentido performativo do projeto constituinte de 1988 como processo de aprendizado social. Toma-se como ponto de análise seus personagens literários para se examinar as patologias da memória contidas na relação obsessiva com o passado. A conclusão é de conceber o uso crítico da memória como espaço de experiência e de lição, de responsabilidade e autocorreção como abertura do projeto constituinte, aqui e agora, às vozes recalcadas do passado.

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Biografia do Autor

Ernane Salles da Costa Junior, Universidade Federal de Minas Gerais

Pós-doutor em Direito Constitucional pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), doutor em Direito pela mesma instituição e mestre em Teoria do Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) com a distinção magna cum laude. Realizou estágio doutoral com bolsa sanduíche da CAPES no instituto Fonds Ricoeur, vinculado a École des Hautes Études en Sciences Sociales (EHESS). Professor de Filosofia do Direito e Direito Constitucional.

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Publicado

2019-12-20

Como Citar

Costa Junior, E. S. da. (2019). Lembrar para lembrar e para esquecer: um diálogo possível entre Dickens, Freud e Ricoeur. Revista De Direitos E Garantias Fundamentais, 20(3), 181–198. https://doi.org/10.18759/rdgf.v20i3.1769