Direito de (trans)cender: o direito humano à identidade de gênero no âmbito do sistema interamericano de direitos humanos

Autores

  • João Daniel Vilas Boas Taques Universidade Federal do Paraná
  • Melina Fachin Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.18759/rdgf.v24i2.2132

Palavras-chave:

Direitos humanos, Direitos LGBTQIA+, Identidade de gênero

Resumo

A presente investigação, desenvolvida por meio do método lógico dedutivo, tem como objetivo analisar os limites e possibilidades de construção de um direito humano à identidade de gênero no âmbito do Sistema Interamericano de Direitos Humanos. Buscou-se demonstrar, em um primeiro momento, a situação precariedade imposta às pessoas trans na região da América Latina, privadas de direitos básicos. Após, objetivou-se analisar como os direitos da população LGBTQIA+ foram construídos no âmbito do sistema regional. Ao final, almejou-se demonstrar como é possível construir, com base nos direitos previstos na Convenção Americana de Direitos Humanos, um direito humano à identidade de gênero.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

João Daniel Vilas Boas Taques, Universidade Federal do Paraná

Mestre em Direito pela Universidade Federal do Paraná, área de concentração em Direitos Humanos e Democracia. Especialista em Direito Internacional pelo Instituto Damásio de Educação. Bacharel em Direito pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. Intercâmbio na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, 2015.2 e 2016.1 Pesquisador nas áreas de direitos humanos, direitos sociais, direito e diversidade, direito internacional, direito constitucional, direito do Estado, filosofia, sociologia, sexualidade e gênero.

Melina Fachin, Universidade Federal do Paraná

Professora Associada dos Cursos de Graduação e Pós Graduação da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Pós doutoramento pela Universidade de Coimbra no Instituto de direitos humanos e democracia (2019/2020). Doutora em Direito Constitucional, com ênfase em direitos humanos, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP.) Visiting researcher da Harvard Law School (2011). Mestre em Direitos Humanos pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Autora de diversas obras e artigos na seara do Direito Constitucional e dos Direitos Humanos. Advogada sócia de Fachin Advogados Associados.

Referências

ARENDT, Hannah. As origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia de Bolso, 2013. E-book.

ARRUBIA, Eduardo J. El derecho al nombre em relación con la identidad de género dentro del Sistema Interamericano de Derechos Humanos: el caso del Estado de Costa Rica, p. 148-168. Revista Direito GV, 14(1), 2018.

BARBOSA, Bruno Cesar. “Doidas e putas”: uso das categorias travesti e transexual. Sexualidad, Salud y Sociedad, Rio de Janeiro, n. 14, p. 352-379, 2013.

BARRIENTOS, Jaime. Situación social y legal de gays, lesbianas y personas transgénero y la discriminación contra estas poblaciones en América Latina. Sexualidad, Salud y Sociedad, Rio de Janeiro, n. 22, p. 331-354, 2016.

BELOFF, Mary. Artículo 18: Derecho al nombre, p. 427-444. In: STEINER, Christian (coord.); URIBE, Patricia (coord). Convención Americana sobre Derechos Humanos comentada. Bogotá: Fundación Konrad Adenauer, 2014.

BENEVIDES, Bruna G. Dossiê: Assassinatos e violência contra travestis e transexuais brasileira em 2021. Brasília: Distrito Drag, ANTRA, 2022.

BENEVIDES, Bruna G.; NOGUEIRA, Sayonara Naider Bonfim. Dossiê: Assassinatos e violência contra travestis e transexuais brasileira em 2020. São Paulo: Expressão Popular, ANTRA, IBTE, 2021.

BENTO, Berenice. O que é transexualidade?. 2ª ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 2012.

BERTONI, Eduardo; ZELADA, Carlos J. Artículo 11: Protección de la Honra y de la Dignidad, p. 272-288. In: STEINER, Christian (coord.); URIBE, Patricia (coord). Convención Americana sobre Derechos Humanos comentada. Bogotá: Fundación Konrad Adenauer, 2014.

BUTLER, Judith. Bodies that matter: on the discursive limits of ‘sex’. New York: Routledge, 2011.

BUTLER, Judith. Corpos em aliança e a política das ruas: notas para uma teoria performativa de assembleia. 1ª ed. Rio de Janeiro: civilização brasileira, 2018.

BUTLER, Judith. Undoing Gender. New York: Routledge, 2004.

CARAVACA-MOREIRA, Jaime Alonso; PADILHA, Maria Itayra. Necropolítica trans: diálogos sobre dispositivos de poder, morte e invisibilização na contemporaneidade. Ciberindex, Florianópolis, v. 27, n. 2. 2018.

COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Informe nº 71/99, caso 11.656, Marta Lucía Álvarez Giraldo vs. Colombia, 4 de maio de 1999. Washington: 1999.

COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Informe sobre personas trans y de género diverso y sus derechos económicos, sociales, culturales y ambientales. OAS/ Ser. L/V/II. 2020.

COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Violence Against Lesbian, Gay, Bisexual, Trans and Intersex Persons in the Americas. OAS/Ser.L/V/II.rev.1, 2015.

CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Caso Gelman vs. Uruguay: Fondo, reparaciones y costas, Sentença de 24 de fevereiro de 2011. Disponível em: http://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_221_esp1.pdf.

CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Caso Hermanas Serrano Cruz vs. El Salvador, Sentença de 1º de março de 2005. Disponível em: http://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_120_esp.pdf.

CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Caso Niñas Yean y Bosico VS. República Dominicana, Sentença de 8 de setembro de 2005. Disponível em: http://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_221_esp1.pdf.

CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Caso Rosendo Cantú e outra vs. México, Sentença em 31 de agosto de 2010. Disponível em: http://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_216_esp.pdf.

CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Comunidade Indígena Sawhoyamaxa vs. Paraguai, Sentença de 29 de março de 2006. Disponível em: http://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_146_esp2.pdf.

CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Opinião Consultiva OC-4/84, de 19 de janeiro de 1984. Opinião Consultiva sobre a proposta de modificação da constituição política da Costa Rica relacionada com a naturalização. Disponível em: http://www.corteidh.or.cr/docs/opiniones/seriea_04_ing.pdf.

CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Parecer consultivo OC-24/17, de 24 de novembro de 2017, solicitado pela República da Costa Rica. San José: 2017.

CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Série C, n. 239. Caso Atala Riffo e filhas vs. Chile: Fundo, reparações e custas. Sentença de 24 de fevereiro de 2012. San José: 2012.

CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Série C, n. 402. Caso Azul Rojas Marín y otras vs. Perú: Excepciones preliminares, fondo, reparaciones y costas. Sentencia de 12 de marzo de 2020. San José: 2020.

CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Sério C, n. 422. Caso Vicky Hernández y otras vs. Honduras: fondo, reparaciones y costas. Sentencia de 26 de marzo de 2021. San José: 2021.

EUROPEAN COURT OF HUMAN RIGHTS. Case of Christine Goodwin vs. The United Kingdom. Application no. 28957/95. Judgement in 11th July 2002. Disponível em: http://hudoc.echr.coe.int/eng?i=001-60596.

FRASER, Nancy. Reconhecimento sem ética?, p. 101-138. Lua Nova, São Paulo, 70, 2007.

GONÇALVES, Camila e Jesus Mello. Transexualidade e direitos humanos: o reconhecimento da identidade de gênero entre os direitos da personalidade. Curitiba: Juruá, 2014.

LOZANO-VERDUZCO, Ignacio; MELENDEZ, Rita. Transgender individuals in Mexico: exploring characteristics and experiences of discrimination and violence. Psychology & Sexuality, v. 12, n. 3, 2021, p. 235-247.

MARSHALL, Jill. Personal Freedom through Human Rights Law? Autonomy, Identity and Integrity under the European Convention on Human Rights. Leiden: Brill, 2009.

MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS. Violência LGBTFóbicas no Brasil: dados da violência. Brasília: Ministério dos Direitos Humanos, 2018.

MISKOLCI, Richard. Teoria queer: um aprendizado pelas diferenças. 3. ed. rev. e ampl. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.

NAMASTE, Viviane. Gender bashing: sexuality, gender and the regulation of the public space, p. 584-600. In: STRYKER, Susan (Ed.); WHITTLE, Stephen (Ed.). The Transgender Studies Reader. New York: Routeledge, 2006.

ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS. Opinião aprovada pelo Comitê Jurídico Interamericano sobre o alcance do direito à identidade, de 10 de agosto de 2007.

Disponível em: http://www.oas.org/es/sla/cji/docs/cji_agenda_derecho_identidad.pdf.

PIOVESAN, Flávia; FACHIN, Melina Girardi. Artigo 7: Direito à Liberdade Pessoal, p. 81-103. In: PIOVESAN, Flávia; FACHIN, Melina Girardi; MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Comentários à Convenção Americana sobre Direitos Humanos. Rio de Janeiro: Forense, 2019.

PIOVESAN, Flavia. Temas de direitos humanos. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. E-book.

QUIROGA, Cecilia Medina; ROJAS, Claudio Nash. Sistema Interamericano de Derechos Humanos: Introducción a sus Mecanismos de Protección. Santiago: Centro de Derechos Humanos, 2007.

RED LACTRANS. Informes sobre el acesso a los derechos económicos, sociales y culturales de la población trans em Latinoamérica y el Caribe. 2014.

TRANSGENDER EUROPE. Trans murder monitoring. Disponível em: https://transrespect.org/en/trans-murder-monitoring/. Acesso em: 20 jul. 2022.

Downloads

Publicado

2023-11-14

Como Citar

Vilas Boas Taques, J. D., & Fachin, M. (2023). Direito de (trans)cender: o direito humano à identidade de gênero no âmbito do sistema interamericano de direitos humanos. Revista De Direitos E Garantias Fundamentais, 24(2), 275–311. https://doi.org/10.18759/rdgf.v24i2.2132

Edição

Seção

Grupos Invisibilizados, Memórias e Lutas pelos Direitos Humanos