Teoria feminista e ação política: repensando a justiça feminista no Brasil na busca pela concretização de direitos
DOI:
https://doi.org/10.18759/rdgf.v20i2.1031Palavras-chave:
Feminismo. Igualdade. Justiça.Resumo
Este artigo analisa os desdobramentos teórico/práticos do movimento feminista no Brasil, evidenciando que as desigualdades de gênero ainda são constantes, especialmente em momentos de fragilidade democrática. A partir de então, apresenta o Liberalismo Democrático-Igualitário como teoria de justiça feminista para o Brasil do século XXI. Tal proposta teórica está assentada nos fundamentos da multidimensionalidade, do igualitarismo, do cosmopolitismo e da democracia participativa, aliando elementos da teoria social participativa de Nancy Fraser, com o liberalismo igualitário das capacidades de Martha Nussbaum. Aliando à teoria das capacidades o potencial emancipatório e democrático da contrapublicidade fraseriana, busca constituir-se em um referencial político capaz de superar o déficit de empoderamento feminino na sociedade brasileira, superando as fragilidades dos feminismos do final do século XX, e recuperando o potencial crítico e emancipatório da filosofia feminista, tornando-a capaz de enfrentar o avanço do conservadorismo, do evangelicalismo político e do individualismo neoliberal.
Downloads
Referências
ALVAREZ, Sonia E. Para além da sociedade civil: reflexões sobre o campo feminista. Cadernos Pagu, n. 43, p. 13-56, jan./jun. 2014.
BIROLI, Flávia; MIGUEL, Luis Felipe. Teoria política e feminismo: abordagens brasileiras. São Paulo: Belo Horizonte, 2012.
BUNCHAFT, Maria Eugenia. Esfera pública, reconhecimento e minorias: o diálogo Habermas-Fraser. Scientia Iuris, Londrina, v. 18, n. 1, p.153-180, jul. 2014.
FELIPPE, Igor. Um horizonte sombrio com o conservadorismo do congresso: redução da maioridade é o 1º ato. 2015. Disponível em: http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Um-horizonte-sombrio-com-o-conservadorismo-do-Congressoreducao-da-maioridade-e-o-1%25BA-ato/4/33146. Acesso em: 6 jan. 2017.
FRASER, Nancy. Fortunas del feminismo. Traficantes de Sueños: Madrid, 2015.
______. Justiça anormal. Revista Faculdade Direito Universidade de São Paulo, v. 108, p. 739-768, jan./dez. 2013.
______. O feminismo, o capitalismo e a astúcia da história. Mediações, Londrina, v. 14, n. 2, p. 11-33, jul./dez. 2009a.
______. Reenquadrando a justiça em um mundo globalizado. Lua Nova, São Paulo, v. 77, p. 11-39, 2009b.
______. Mapeando a imaginação feminista: da redistribuição ao reconhecimento e à representação. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 15, n. 2, p. 240, maio/ago. 2007.
______. Rethinking the Public Sphere: a Contribution to the Critique of Actually Existing Democracy. In: CALHOUN, Craig. Habermas and the public sphere. Cambridge: Mit Press, 1992.
HABERMAS, Jürgen. Strukturwandel der öffentlichkeit. Berlin/Neuwied: Luchterhand, 1962.
INSTITUTO BRASILEIRO DE PESQUISA APLICADA. Tolerância social à violência contra as mulheres. Brasília: IPEA, 2014. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/SIPS/140327_sips_violencia_mulheres.pdf. Acesso em 3 jan. 2017.
KURUSAWA, Fuyuki. An alternative transnational public sphere? on anarchist cosmopolitanism in post-westphalian Times. In: FRASER, Nancy. Transnationalizing the public sphere. Massachusetts: Polity Press, 2014.
NIELSSON, Joice Graciele. Corpo Reprodutivo e Biopolítica: a hystera homo sacer. Revista Direito e Práxis, Ahead of print, Rio de Janeiro, 2019. Disponível em: file:///C:/Users/user/Downloads/40921-152667-2-PB.pdf. Acesso em: 01 dez. 2019.
NUSSBAUM, Martha. Paisajes del pensamento. La inteligência de las emociones. Barcelona: Paidos, 2014a.
______. Educação e justiça social. Lisboa: Edições pedago, 2014b.
______. Fronteiras da justiça. Deficiência, nacionalidade e pertencimento à espécie. São Paulo: Martins Fontes, 2013a.
______. Los limites del patriotismo: Identidad, pertenecia y ciudadanía mundial. Barcelona: Paidós, 2013b.
______. India. Democracia y violencia religiosa. Barcelona: Paidós, 2012.
______. Las mujeres y el desarrolho humano. Barcelona: Herder, 2002.
______. Sex & social justice. Nueva York: Oxford University Press, 1999.
PINTO, Céli. Nota sobre a controvérsia Fraser-Honneth informada pelo cenário brasileiro. Lua Nova: Revista de Cultura e Política, São Paulo, n. 74, p. 35-58, 2008.
VITA, Álvaro de. O liberalismo igualitário. Sociedade democrática e justiça internacional. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
WERMUTH, Maiquel Ângelo Dezordi; NIELSSON, Joice Graciele. “Pela minha família, por Deus e pelo fim da corrupção”: notas sobre o patrimonialismo na política brasileira contemporânea e a falência do Estado Democrático de Direito. Revista Direitos Fundamentais e Democracia, v. 22, n. 1, p. 46-79, jan./abr. 2017. Disponível em: <http://revistaeletronicardfd.unibrasil.com.br/index.php/rdfd/article/view/870/498>. Acesso em: 25 jun. 2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Proposta de Aviso de Direito Autoral Creative Commons
1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à Revista de Direitos e Garantias Fundamentais o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).