Bases bio-psicossociais da cooperação e o paradigma colaborativo nas políticas públicas
DOI:
https://doi.org/10.18759/rdgf.v19i1.1091Palabras clave:
Cooperação. Egoísmo. Paradigma colaborativo. Políticas públicas.Resumen
O artigo desenvolve o argumento de que a cooperação é uma característica natural dos seres humanos, resultante da interação entre a dimensão biológica e social no curso evolutivo da nossa espécie. Contrariando o darwinismo social, inúmeros estudos recentes corroboram a abordagem evolucionista inaugurada por Kropotkin do mutualismo como principal fator da evolução humana. Tal abordagem desafia os cânones predominantes ainda hoje no direito, na economia e na política, que oscilam entre o Leviatã e o mercado. Para sustentar a tese da índole cooperativa da nossa espécie são apresentadas evidências de pesquisas da biologia, da neurociência, da psicologia e das ciências sociais sobre as bases bio-psicossociais da cooperação: vínculos sociais, necessidades básicas, empatia e predisposição altruísta. O texto desdobra-se em cinco tópicos. Inicialmente são expostas as teses do egoísmo natural e da sociabilidade; em seguida, são explicitados os conceitos de vínculos sociais, necessidades básicas, empatia e altruísmo; depois, as diversas formas de cooperação; e, por derradeiro, indicativos sobre transformações sociopolíticas necessárias à vigência de um paradigma colaborativo em políticas públicas. O método é histórico-crítico e a técnica de pesquisa é bibliográfica.
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