Exceção, governamentalidade e políticas de segurança

Autores

  • Fernanda Martins PUCRS UNIVALI
  • Augusto Jobim do Amaral PUC/RS

DOI:

https://doi.org/10.18759/rdgf.v18i2.1087

Palavras-chave:

Exceção. Segurança. Governamentalidade. Banóptico. Transnacionalidade.

Resumo

A vigilância e os controles transnacionais burocráticos trabalham atualmente à distância para rastrear e controlar até mesmo os movimentos de populações. Para refletir sobre tais políticas de segurança no espaço transnacional torna-se fundamental o argumento de Bigo que antevê no atual contexto aquilo que ele chama de “banóptico”. Combinando a ideia de “exclusão” (bando) de Jean-Luc Nancy com o “óptico” de Foucault, ele indica como as técnicas de elaboração de perfis são utilizadas para saber quem deve ser objeto de vigilância estrita. O diagrama estratégico consiste em determinar uma minoria como excluída desde discursos de riscos e inimigos internos, passando pelas instituições, como os centros de detenção até as portas de embarque dos aeroportos, cruzando-se com leis e medidas administrativas que singularizam o tratamento de certo grupo.

 

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Biografia do Autor

Fernanda Martins, PUCRS UNIVALI

Professora de Criminologia, Direito Penal e Processo Penal na Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). Doutoranda em Ciências Criminais PUC/RS, bolsista CAPES. Mestre em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na área de Teoria, Filosofia e História do Direito. Bacharela e Licenciada em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Bacharela em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). Integrante do Projeto de Pesquisa Bases para uma Criminologia do controle penal no Brasil: em busca da brasilidade criminológica - CNPq e do Projeto de Extensão Universidade Sem Muros - UFSC e do projeto de pesquisa Criminologia, Cultura Punitiva e Crítica Filosófica - Cnpq - PUC/RS.

Augusto Jobim do Amaral, PUC/RS

Doutor em Altos Estudos Contemporâneos (Ciência Política, História das Ideias e Estudos Internacionais Comparativos) pela Universidade de Coimbra (Portugal); Doutor, Mestre e Especialista em Ciências Criminais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Possui graduação em Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e Pós-Graduação em Direito Penal Econômico e Europeu pela Universidade de Coimbra. É Professor do Programa de Pós-graduação em Ciências Criminais (PPGCCrim) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) junto à linha de Criminologia, Crime e Segurança Pública. Pesquisador-convidado do Ius Gentium Conimbrigae (IGC) - Centro de Direitos Humanos da Universidade de Coimbra, tendo experiência na área de Direito e História das Ideias, com ênfase em Criminologia, Direitos Humanos, Direito Penal e Processo Penal, Filosofia e Sociologia do Direito. Atua, principalmente, nos seguintes temas: cultura penal, violência punitiva, direitos humanos; controle social e segurança pública; sociologia e filosofia políticas; criminologia, direito penal e processo penal.

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Publicado

2018-02-09

Como Citar

Martins, F., & Amaral, A. J. do. (2018). Exceção, governamentalidade e políticas de segurança. Revista De Direitos E Garantias Fundamentais, 18(2), 153–178. https://doi.org/10.18759/rdgf.v18i2.1087

Edição

Seção

Violência, Sistemas Penais e Democracia